Diante de tanto desamor
Que as notícias diárias
Jogam em nossos rostos
Mostrando crianças
Doridas e moídas
Doridas e moídas
Nas engrenagens de
Pedras e perdas
Pedras e perdas
De suas frágeis vidas?
Como falar de amor
Diante de tanto desamor
Retratado nas vestes
De nossas crianças
De nossas crianças
Cobertas de mágoas
De dores calçadas
De dores calçadas
Que fazem das ruas
Suas passarelas
Suas passarelas
E em seus desfiles,
Pedem-nos pães
Pedem-nos pães
Para nutrirem os seus
Corpos miúdos e seus
Amedrontados corações?
Corpos miúdos e seus
Amedrontados corações?
Como falar de amor
Diante de tanto desamor
Refletido nos olhos
De nossas crianças
De nossas crianças
Que vivem em barracos
De violentos bairros
De violentos bairros
Sem água encanada,
Luz ou condução
Luz ou condução
Onde não há escolas,
Nem quadras esportivas
Nem quadras esportivas
Ou qualquer esperança
De uma solução?
De uma solução?
São bairros muito pobres,
Denominados vilas
Denominados vilas
Locados na região
Da desesperança,
Da desesperança,
Uma zona esquecida
Pelos poderosos que
Pelos poderosos que
Sensíveis apenas
Às suas ambições,
Às suas ambições,
Sem pudor violam os
Direitos dessa gente
Direitos dessa gente
A uma vida saudável,
Justa e decente.
Justa e decente.
Como falar de amor
Diante de tanta
Indiferença e
De tanto horror?
Diante de tanta
Indiferença e
De tanto horror?
Encerro com o link para o vídeo com a música "Por Quem Os Sinos Dobram", de Raul Seixas.
Rosa Maria Pacini
Criada em Março de 1999
Rosa:Como falar de amor
ResponderExcluirDiante de tanto desamor?Me emocionou.Lindo mesmo,como tudo que vc toca.
Munik
Oi Rosa, muitas vezes me pego com esse mesmo sentimento, mas, como não falar de amor?
ResponderExcluirDe que jeito suportaríamos tudo isso, se não fôssemos capazes de amar?
Beijo!